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  • CONCURSO UBS-DF UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE PARQUE DO RIACHO

    MEMORIAL EXPLICATIVO E JUSTIFICATIVO DO PROJETO

    Os edifícios de saúde têm se tornado um desafio para os arquitetos, no sentido de aglutinar todas as variáveis interferentes na sua complexa estrutura, onde a integração entre o edifício e o meio urbano, o inter-relacionamento entre suas unidades internas, os constantes avanços tecnológicos, as conquistas da medicina e novos métodos de trabalho, direcionam para uma arquitetura extremamente racional. Porém, a sensibilidade do arquiteto é o meio conciliador de todas estas variáveis para suprir as necessidades dos usuários (pacientes, familiares e grupo operacional) em se relacionar com os espaços ofertados.

    A complexidade do programa físico-funcional, os diversos fluxos de circulação interna e externa, conforto térmico, acústico e visual, legislação vigente, flexibilidade e expansibilidade espacial, instalações especiais, alta tecnologia, sustentabilidade, segurança, infecção hospitalar, ergonomia, acessibilidade, etc., impõem aos profissionais uma visão sistêmica sobre o conjunto de condicionantes, assim como total conhecimento da área em foco, por meio da sua experiência, competência e sensibilidade.

    A imagem do edifício, como se sofresse de distimia crônica, é seguramente um lugar angustiante, onde obriga as pessoas a um confronto de emoções e incertezas nos momentos mais críticos da existência humana: sofrimento, dor, angústia, doença, ansiedade, vulnerabilidade e risco de vida. O usuário não tem uma relação afetiva com o espaço de saúde.
    Sendo assim, a humanização dos espaços deve ser permanente, pois há a necessidade de melhorar as condições de assistência, tratamento e socialização das relações humanas. O edifício deve ser convidativo, a favor de uma relação informal entre o maior número de pessoas com os espaços públicos e privados, tendo a qualidade espacial e o conforto ambiental como fim e a tecnologia como meio de obtê-los, e que o edifício se espelhe na cidade e ela o identifique como parte do seu ser. São com estas premissas que o projeto arquitetônico se apresenta.

    PARTIDO ARQUITETÔNICO

    A proposta do projeto arquitetônico da UBS – Unidade Básica de Saúde Parque do Riacho se apoia em duas vertentes muito fortes. A primeira, no desenho do terreno e no estabelecimento do acesso principal pela face norte do mesmo, interligado à praça e estacionamento já configurados como premissas do projeto. Com a execução da Via “A”, permitirá todo o fluxo de serviço e estacionamento de forma independente. A segunda vertente, e mais importante, a disciplina e separação de fluxos: um de atendimento aos adultos e outro de atendimento às crianças e mulheres (ginecologia e obstetrícia).

    Esta ocupação praticamente implanta o edifício no eixo norte / sul, proporcionando maior exposição para as faces leste e oeste, que consequentemente proverá solução para proteção solar. Agregadas a esta solução, outras propostas para sustentabilidade energética do edifício promovem performances de alta qualidade e desempenho.

    O afastamento do edifício na sua face norte, proporciona a oferta de áreas para estacionamento de veículos, criação de área verde intermediária, acesso mais fácil ao subsolo e espaço abrigado para entrada e saída de pacientes e familiares.

    A área verde projetada com jardins, pergolados de madeira, criando recantos de descanso e espera externa será o referencial de integração com a praça “A”, como proposta de envolvimento com o entorno imediato.

    O estacionamento externo abrigará vagas para veículos, vagas específicas para P.N.E., idosos e gestantes, como também vagas para motos e bicicletas.
    Outra condicionante interventora na concepção do projeto foi o estabelecimento da hierarquia e a disciplina de fluxos internos e externos à Unidade, os quais definem os eixos principais e secundários de circulação, e que através dos mesmos, nortearão o crescimento físico de forma adequada para atender às novas demandas futuras. Esta proposta garantirá a flexibilidade e a expansibilidade do edifício.
    A solução se apresenta em dois pavimentos, sendo que o nível térreo (cota 1243), por garantia de total acessibilidade aos usuários, compreende no seu macrozoneamento o atendimento dos pacientes adultos à direita da entrada principal, e à esquerda, a assistência nos serviços de pediatria, hebiatria e obstetrícia. Ainda neste pavimento, conta-se com o atendimento comum a todos pacientes como, sala de curativos, procedimentos e suturas, observação e repouso, coleta de amostras para análises clínicas, entre outros. O conjunto de espaços para o serviço de odontologia pode e deve possuir a autonomia de seu público diferenciado na assistência, e ainda com a possibilidade de acesso externo independente. Agrega-se ainda, o conjunto de espaços destinados à infraestrutura de serviços gerais e apoio operacional. 

    O pavimento inferior (cota 1239) destina-se a abrigar o estacionamento de veículos e instalações de elétrica e hidráulica. 

    O pavimento térreo possui área de aproximadamente 2.340,00 m2 e o inferior 1.950,00 m2, perfazendo o total de 4.290,00 m2. 
    Na concepção do edifício, considerou-se a obtenção de uma identidade visual clara e diferenciada com o entorno natural e edificado. A permeabilidade visual, desde o espaço urbano até a área de embarque e desembarque de pacientes (entrada principal), como também o recuo frontal da edificação, permitirá maiores condições de absorção do edifício, contribuindo substancialmente para a visualização do conjunto arquitetônico. 

    A posição estratégica do auditório teve como objetivo se apropriar da grande espera dos adultos, utilizando-a como “foyer” para eventos noturnos. Além disso, proporciona fácil fluxo de acesso e saídas de emergência.

    A criação de bolsões de espera junto aos corredores periféricos permite criar espaços próximos aos ambientes de atendimento, o que acelera o processo da assistência, como também diminui o grau de ansiedade do paciente. Estes espaços estão interligados aos jardins internos, os quais se interagem com o espaço exterior garantindo conforto visual e agradabilidade. 

    Os jardins internos proporcionam a entrada de luz e ventilação naturais aos corredores internos e aos ambientes adjacentes. Além disso, oferta ainda o efeito “venturi” de ventilação em toda a extensão do edifício. Neste conceito, com o rebaixamento da laje dos ambientes centrais, permitirá que o sistema proposto seja bastante eficaz.

    PROGRAMA FÍSICO-FUNCIONAL

    A proposta arquitetônica contempla não somente o programa mínimo apresentado, mas também todos os espaços necessários para atender as atividades relacionadas à UBS. Sendo assim, foram incorporadas as seguintes áreas:

    - “Espaço kids” junto à espera infantil e ginecológica – espaço ricamente trabalhado com o repertório da criança;
    - Área para coleta de sangue, urina, fezes e sala para coleta ginecológica e pediátrica (posto de coleta laboratorial);
    - Ambientes para terapia de grupo;
    - Área maior para curativos (três boxes);
    - Área maior para procedimentos e suturas (quatro boxes);
    - Área para observação e repouso (três boxes) e um isolamento (ponto para diálise e estrutura de enfermagem (8 horas));
    - Área para fisioterapia (eletro, mecano e cinesioterapia);
    - Área para higienização da mama, ordenha e estocagem do leite materno (área exclusiva);
    - Esperas intermediárias e personalizadas;
    - Deck para exercício laboral dos colaboradores (descompressão);
    - Área para tecnologia da informação (armazenagem de dados);
    - Área para monitoramento e segurança.


    HUMANIZAÇÃO

    A arquitetura proposta busca contribuir de forma decisiva na criação dos espaços, minimizando a relação estressante do paciente com o meio de saúde.
    Os espaços relacionados especialmente com os públicos infantil, hebiátrico e obstétrico procuram buscar no repertório cotidiano destes usuários, o acolhimento e aconchego

    Os recursos como o uso das cores, iluminação natural (espaços mais positivos), obras de arte, painéis fotográficos, grafitagem, imagem no forro dos gabinetes odontológicos, jardins internos e externos, conforto visual, esperas intermediárias junto aos jardins, etc., reforçam em muito a ideia da arquitetura contribuir no processo de humanização, preconizado mundialmente para os edifícios de saúde.


    SISTEMA CONSTRUTIVO

    O objetivo principal é que seja uma obra simples, limpa, modulada e de rápida execução.
    O partido estrutural compreende pórticos metálicos, perfil “I”, espaçados de 8 em 8 metros, com apenas dois apoios centrais, colocados estrategicamente para não interferir nas inúmeras possibilidades de arranjos funcionais. O uso da estrutura metálica se fundamenta no princípio da reciclabilidade (Certificação Green Building).
    Todo o fechamento dos ambientes em divisórias drywall, com painéis verdes para áreas molhadas.
    A cobertura será com telhas termo acústicas isotelha PIR/FM, com comprimento único para não haver sobreposição das mesmas. Tem-se ainda a possibilidade da colocação de painéis fotovoltaicos para coleta de energia solar e transformação em energia elétrica.
    O sistema de coleta de água pluvial ocorrerá através das calhas de cobertura e laje central. A água seguirá ao reservatório no subsolo, passando por filtragem e bombeamento. Esta água será utilizada no resfriamento da cobertura através de aspersores, nos jardins, lavagem de calçadas e veículos, bacias sanitárias, entre outros.
    A laje rebaixada no eixo central tem o papel de abrigar todas as instalações das condensadoras de ar condicionado dos ambientes, através do sistema Split ou VRF. Os fechamentos laterais são com placas de isolamento completo de ruídos.
    A laje de piso do pavimento térreo e cobertura do subsolo será em concreto armado, por ser mais econômica.


    O subsolo abrigará área para carga e descarga, vagas para veículos e ambulância. Em caso de alguma intercorrência médica, a transferência de pacientes para outra unidade de saúde utilizando a ambulância, será sempre pelo subsolo para não transitar por outras áreas de pacientes ambulantes.
    Este mesmo pavimento abrigará o sistema de geração e transformação de energia elétrica, cisternas de água potável e não potável, casa de bombas e filtragem. Considera-se importante a instalação do gerador de energia, tendo em vista que o sistema de abastecimento de água fria e pluvial será pressurizado. O subsolo terá ventilação natural permanente.
    As instalações hidráulicas, elétricas, de lógica, gases medicinais, etc., percorrerão de forma aparente pela laje de cobertura do subsolo e acessarão os ambientes de baixo para cima através das divisórias, ou ainda pelos quatro shafts disponíveis ao longo do edifício e os quais foram posicionados estrategicamente. 
    O sistema de proteção contra descarga atmosférica será em todo o perímetro superior da cobertura e será descarregado na estrutura de aço (pórticos).
    O sistema de prevenção contra incêndios será através de instalação de hidrantes e extintores. O edifício contempla diversas saídas de emergência e escape.
    A criação de dois grandes painéis nas faces leste e oeste do edifício protegerão da incidência direta dos raios solares no mesmo. A proposta contempla não somente o brise soleil (placas verticais), mas também vegetação tipo trepadeira para minimizar a aridez da estrutura metálica e assim melhorar o conforto visual.

    No sentido longitudinal do edifício, propõe-se lâminas d’agua no lado externo, para aumentar o nível de umidade relativa do ar e contribuir para melhorar o sistema “venturi” de ventilação proposto. Esta água será bombeada e clorificada.
    Os fechamentos laterais (faces norte e sul) serão com painéis com núcleo de isolamento PIR/FM, fixados na estrutura metálica.
    A marquise metálica na entrada do edifício protegerá a chegada e saída de pacientes em dias de chuva. A mesma será apoiada no pórtico principal e revestida em alumínio composto (ACM).

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